E já que hojé é dia 21 de abril…::

Tiradentes em uniforme da Regimento de Dragões das Minas. Imagem (muito idealizada) de José Washt Rodrigues, 1940
O nome “dragão” (em inglês dragoon) refere-se a um soldado de cavalaria leve, em oposição às tropas de “cavalaria couraçada”. Essas tropas descendem da cavalaria auxiliar que, no início da Idade Moderna, dirigia-se ao campo de batalha montada, mas combatia a pé, como infantaria. A partir do século XVI, com a disseminação de armas de fogo e de lançadores de flechas mecânicos extremamente potentes (chamados *bestas), tropas couraçadas começaram a sumir dos campos de batalha, e a cavalaria, em particular, ganhou novas missões: reconhecimento e incursões de flanco. Portavam armamento consideravelmente mais leve, como arcos, sabres, lanças e armas de fogo adaptadas para serem usadas com uma única mão. As armaduras, durante algum tempo usadas por *tropas a pé, no início do século XVIII, tinham sido totalmente abandonadas, por não proverem proteção eficaz contra armas de fogo. Foi mantido apenas o capacete, em metal ligeiro, dotado de uma crista rígida destinada a prover alguma proteção contra golpes de sabre. No Brasil colonial [para mais informações sobre a defesa da colônia, clique aqui], essas tropas eram, em geral de*milícias“, ou seja, tropas da “2a linha”, que complementavam a “1a linha”, ou seja, o exército profissional. Essas tropas tinham organização parecida com do exército, mas eram providas por pessoal local, moradores das freguesias em torno da sede.::
É sempre bom encontrar num blog informações sobre assuntos históricos brasileiros; caso contrário, vamos acabar todos como o garotinho que, em dias recentes, ao ser inquirido pela repórter de TV se sabia o que era Tiradentes, respondeu lampeiro: Sei, é um feriado!
A menção às bestas lembrou-me as notas históricas do romancista inglês Bernard Cornwell. Segundo ele, as bestas perdiam em eficiência para o arco longo inglês, que tinha maior alcance e também força suficiente para penetrar certas defesas (cotas de arma, armaduras). As bestas tinham ainda o defeito de serem muito lentas para armar, o que deixava o besteiro vulnerável enquanto preparava a arma para o próximo tiro, fazendo que ele, em campo, tivesse que ser sempre acompanhado por um portador de escudo.
Cornwell especula por que outros países da Europa, a França principalmente, não adotaram o arco longo. Conclui que seria por falta da tradição no uso da arma, pois um arqueiro de arco longo tinha de ser treinado desde muito jovem e levava muitos anos para adquirir plena eficiência.
Taí um bom assunto para um post futuro…
Pingback: Um rapaz (das Forças Especiais) às Terças::Dragões da Independência:: « Causa::