Olha só, o ano está quase terminando… É uma boa oportunidade para reflexão ou seja, para que o redator pretensioso fazer o que mais gosta – falar sobre seu blogue. Como sabem os sete ou oito leitores, causa:: se pretende “recurso de pesquisa”. Isso significa que seu objetivo é apoiar, fornecendo conteúdo, todos aqueles que pretendam adquirir conhecimentos sobre os assuntos que abordados aqui – em termos gerais: história militar, história da tecnologia militar e cultura material militar (este último é mais difícil de definir, mas diz respeito a todos os artefatos que conformam e fazem parte da vida militar). Ao longo desse ano, o redator notou que os temas de interesse acabam conduzindo a outros. Assim, os três temas acima acabam se desdobrando, e assuntos sobre política nacional, internacional e a irmã siamesa delas, a estratégia, surgem freqüentemente. E um quarto tema acaba sendo figurinha fácil – a história. Os leitores já devem ter notado que, com certa assiduidade, causa:: aponta a necessidade de se conhecer história para que melhor sejam distrinchados os problemas e as vicissitudes que assolam nossa Pátria – e que, todos sabemos, não são poucos. Constatar esses problemas não significa “não gostar” de nosso país. Ao contrário. Como diz o historiador Benedict Anderson, “o nacionalismo é como um corpo saudável, e ter uma nacionalidade é considerado tão natural como ter um nariz”. O redator concorda, e acrescentaria que, para além da Nação, a Pátria é o sentimento individual de pertencimento à Nação. Entretanto, é curioso que alguns dentre nós, brasileiros, tenham a mania de falar mal de nosso país, como se fazer parte dele fosse algo a lamentar. E alguns dentre nós, brasileiros, insistem em confundir coisas que não deveriam ser confundidas, como, por exemplo, o país com o governo; ou falta de guerra com inutilidade das forças armadas. Ou “patriotismo” com “coisa de militar”. Neste quesito, os próprios militares entram na confusão, já que, em geral, parecem considerar-se mais “patriotas” do que o resto de nós. Por outro lado, muitos de nós, civis, parecem achar que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas“. Nem uma coisa, nem outra. Nesse momento, o redator invoca a história. A confusão, de ambos os lados, vem de que, de fato, todos conhecemos mal nossa história, e quando conhecemos, é uma “versão oficial” qualquer. A história, quando na “versão oficial” (aquela cheia de nomes, datas, batalhas, homens sérios, etc, etc), é um abrigo seguro e confortável para algumas certezas – que de certas, não tem nada. Por certo, conhecer a história que foi vivida, aquela cheia de luta, trabalho, construção, discordância, vitória, derrota – ou seja, aquela de que as pessoas, militares e civis, são os atores – é o melhor caminho para derrubar abrigos e certezas. A história mostra que, se não forem pertencimento e responsabilidade comum, o passado nunca é o que parece e o futuro, apenas incerto. Pois então, continuaremos, no próximo ano, às voltas com a história – com nosso presente e seu tributários, passado e futuro. É uma tarefa produtiva e divertida, ou seja – faz vale o tempo que o redator dedica à essas pesquisas e (espera ele), o tempo que os sete ou oito leitores gastam no blogue.
E, por ora, é só. Ou melhor, por um mês, o de janeiro, em que o redator tirará férias e o blogue ficará inativo. Isso não significa parada total, mas apenas que os dois tópicos semanais (média de postagens que foi mantida em 2009) provavelmente diminuirá muito. Em fevereiro, voltamos, com a expectativa de que os leitores voltem também::
Bela reflexão, bitt! E totalmente correta, ao mostrar que incertezas estão à espreita, tanto no passado, nas suas várias versões e mais ainda no futuro, por mais que queiramos construir um futuro mais ordenado, digamos assim. Claro que com isso, refiro-me à terra brasilis, o país dos sonhos adiados. Bem, esperemos. E, no meio de tudo isso, só gostaria de deixar meus melhores votos de Ano Novo a você e aos distintos colegas. Longa vida à Causa!
Alba, Pax, Diogo, Logan, Renato Luiz Candido, Luiz Pinelli, os sumidos Comandante Bond, Colafina, Darwinista, Pax, e todos os outros, q, no melhor estilo FE, deslizam pelas sombras. Escrever essas coisas (que, no fim da contas, nem são assim tão originais) é uma forma de chamar a atenção de todos vocs. Fico feliz e honrado com a convivência, e por saber que, em algum lugar, estão todos por aqui.
Tenham um ótimo fim de ano, descansem bem que, em 2010, os esperarei.
Bitt:
Boas férias e,
2010 excelente!
🙂
Alexandre.